O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Esqueço a materialidade das coisas
arranco ao corpo pedaços de rosto
pedaços de alma...vazia de sentidos
perco-me em ruas estreitas e gastas
e adormeço na sombra 
de um cansaço furtivo

Já não me importam as mascaras venezianas
albergando trejeitos de mulheres bonitas
ou a dor num olhar maquilhado.

Agarro-me ao que resta dos rostos
que ontem ainda traziam a beleza
pintada de cores azuis
Agarro-me à esperança
tatuada de branco
e poiso no meu corpo despido
de efémeras caricias
o toque nostálgico
do teu rosto.

São Gonçalves.

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