Tanta luz, tanta vida.
É sempre ao fim da tarde que te espreito
Nessa placidez eloquente
Da terra agreste nua
Do interior da casa escuto o murmúrio do rio
O canto melodioso dos pássaros
A volúpia magia das árvores
Esquecidas no monte.
Sei que vejo passar no meu corpo as estações
Os meus cabelos embranquecem
O meu rosto encerra a sabedoria dos anos
O olhar meigo permanece brilhante e curioso
É com esse olhar que sinto
Serra minha, tão silenciosa e minha
O verde das árvores e dos anos
O decalque dos afagos nos tetos das casas
São de luz os meus olhos quando te espreito
Nesta janela virada à vida!
São Gonçalves
Foto-Ana Souto Matos.
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