O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

domingo, 12 de março de 2017

Chegaram devagar na brisa morna do entardecer, 
Chegaram simples, imaturas, traziam com elas a frescura das manhãs de primavera, o mágico timbrado dos sinos, no alto da igreja, tocando as ave marias matinais. 
Falavam de saudade, de ternura, falavam de memórias e de segredos guardados. 
Eram longos os caminhos por onde percorriam. 
Eram a nascente de um rio de histórias antigas , de amores inacabados, de coragens vencidas.
Eram a alma e a cor a transbordar poesia, a coragem de quebrar barreiras e medos.
Ergueram - se devagar do mais profundo abismo, aninharam -se no útero fecundo e acolhedor do poeta.

De onde jorrava a fonte das palavras ?
Jorrava dessa inquetude imensa de descrever o invisível, o intocável.
Nessa vontade imensa de criar beleza em terrenos férteis de desalento e desencanto.
Fizeram -caminho e caminhada, nascente, rio e enseada.
Fizeram -se mundo
Deram voz
Sede de saber , saciada.

São Gonçalves. 

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