Entre a luz e a sombra, há o pronuncio de eternidade que espreita pela janela.
Deste lado do mundo, estendo o corpo cansado sobre uma esteira de retalhos, neste retalhar de dias e de noites, neste continuo desassossego do corpo.
Pouco resta da ternura com que perfumava a infância, esse tempo de raras inquiétudes e de imensas esperanças.
Agora, neste pequeno espaço, de onde avisto cada vez mais perto os caminhos da eternidade, basta - me aquele pedaço de luz, bálsamo apaziguador das dores e das saudades.
Deste lado da vida, contemplo o céu e o mar, o cais silencioso da mutação da corpo e da eterna desesperança.
São Gonçalves.
Foto - Graça Sousa Feijó
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