Às vezes parece que a vida se instalou num canto qualquer, sem movimento, sem emoções, apenas uma ideia vaga de transformação se apega aos dias, às noites, ao corpo. Mas é por dentro que tudo se revolve, as dores no corpo, a inquietação permanente da solúvel efemeridade, ou uma ideia de Outono que se instala no espírito. Uma semana em que parece que nada acontece, e no entanto, por dentro, no centro da existência mais calada, sente-se a ressaca de um tratamento infindável, o cansaço das noites insones, a solidão de ser apenas um corpo frágil e inquieto.
Na visibilidade do outro que existe ainda dentro de nós, esse jogo de espelhos que nos faz continuar e acreditar, a confirmação de uma aceitação que se afirma e resiste.
Afunda-se a alma na literatura, na sequência cronológica do que fez a história literária de um povo.
E os dias continuam entre a realidade e o jogo de espelhos.
Sempre diferentes, sempre iguais.
São Gonçalves.
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