O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Como sempre, ainda me visitas em dias de tempestade!
A tua memória sempre tão viva, tão acesa. 
Ainda me lembro quando me indicavas os livros que eu deveria ler!
Umberto Eco, Carl Sagan, Vergílio Ferreira!
Para mim eram leituras difíceis, para a menina mulher que só sabia pegar no cabo da enxada!
Mas tu insistias!
Como me fizeste acreditar que eu seria capaz de voltar à escola e estudar!
Foste o primeiro de todos os amigos, de todos amores 
Foste o farol e a direção 
A luz e o caminho
A travessia da ternura no meu corpo de mulher!
Daí, desse teu mundo etéreo, sei que me vês! Sei que não partiste naquela madrugada de Setembro!
Porque tu sempre estiveste, em palavras e silêncio, em ternura e aconhego!
Hoje, lembro- me de ti, e sei que nunca partiste!

São Gonçalves

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