Havia um templo de águas cristalinas
As cores afundando -se na espuma
O olhar dos deuses rodopiando
Neptune, Vênus, Eurídice, Orpheu!
Fios de luz a contemplar as vagas!
A dança das cores no tempo seminal
A ordem a tomar o lugar do caos.
Havia um templo
Uma casa de janelas abertas ao mundo
O limite do traço a conferir um movimento ascendente.
Havia a luz e a sombra
A presença e a ausência dos anjos de luz!
No silêncio da cor
Na permanência do sagrado
Na materialização do universo
Uma mão, a chama das estrelas que nunca se apaga!
A cor, a tela
A palavra, o poema
A metáfora dos dias a incendiar a passagem do tempo.
São Gonçalves.
Tela - Edite Melo
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