Era uma criança vagueando pelas ruas. A criança que ainda existia dentro dela.
Seria a procura do tempo de inocência? Um lugar de abrigo? O conforto na travessia do deserto?
Era a mão que a sustinha!
Era o obstáculo a transpor, o vazio!
O medo, a perspetiva de abandono, a perdição!
O grito a ecoar na noite funda e solitária!
A vida a querer vingar dentro de um pesadelo!
As manhãs, mornas, lisas, silenciosas.
Eras tu a transferir a angústia em silêncios!
A tua mão a confortar a desilusão e o desencanto!
São Gonçalves
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