Já não sei onde guardo a memória da casa, o útero aconchegante do corpo. A claridade, a essência do Ser em construção.
Eram lugares onde o azul do céu abraçava o corpo de mansinho!
Tudo era mais sereno.
As vozes cristalinas a lembrar o cântico da génese.
O tempo passou!
Tu partiste silenciosamente em Setembro, no fim da monção, nas madrugadas nebulosas.
Tento lembrar as tuas mãos calejadas, fechadas em forma de útero acolhedor.
Tento encontrar o sentido dos dias, a direção da velha casa azul no alto do monte.
Mas a memória é agora um barco a deixar lentamente o cais!
São Gonçalves.
Tela- Edite Melo.
Sem comentários:
Enviar um comentário