O silencioso canto das aves migratórias
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quarta-feira, 25 de novembro de 2020
Cultivava o desapego nos dias, nas longas noites insones, na passagem das horas.Sentia o toque suave do fumo, aspirava devagar o aroma do cigarro. Esperava o efeito apaziguador atravessar o seu corpo frágil.
Nessas longas noites brancas ensaiva a dança entre os seus dedos macios com a volatilidade das sombras e da luz.
Nesse desprendimento de si e do mundo julgava fundir-se num só gesto ao derradeiro sentimento de pertença.
Corpo e espírito em sintonia com os prazeres efémeros do mundo.
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