O silencioso canto das aves migratórias

O silencioso canto das aves migratórias

domingo, 22 de novembro de 2020


 Nada me serena tanto o espírito como esta luz tardia, esta magia de sombras nos fins de tarde! A plenitude presente no alto da serra, o silêncio das aves,

a alma liberta dos pesos e dos medos, da penumbra silente que ainda antecede a noite.
Avisto o horizonte calmo, visto-me com a folhagem das árvores,
companheiras das minhas mais errantes viagens ao centro do Eu.
Nada me perturba, nem o vento agreste, nem as vozes dos caminhantes.
Apenas esta luz me aconchega o corpo e o Ser.
Estranhas as mudanças num tempo doloroso, a alquimia dos gestos,
a transformação apaziguadora dos dias.

A luz que me guia não cega o olhar
é apenas uma ténue estrela brilhante, mostrando os passos e os laços!
O silêncio e a luz de mãos dadas com
a eterna procura de um mundo que se transforma a cada passo.

Abraço num só enlevo instantes de pura magia
adormeço na luz cobreada que enlaça os mais insignificantes sonhos.

Poderia esperar que mundo me acolhesse em palavras incontáveis
mas tudo é silencio, distancia.
Contemplo a luz e as sombras do mundo
e nada mais preciso para continuar.
Sei da presença divina que habita os meus sonhos.

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